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Coordenador da Vigilância Sanitária fala sobre ação no mercado municipal no último sábado

O coordenador de Vigilância Sanitária de Cruz das Almas, Luiz Gustavo Azevedo, concedeu entrevista ao Bahia Recôncavo, na manhã desta segunda-feira (27), na Secretaria de Saúde, e falou sobre a ação feita no último sábado (25), no mercado de carne da feira livre, quando, ao lado do Ministério Público e da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), foram apreendidas e descartadas mais de quatro toneladas de carne impróprias para o consumo humano. Os três órgãos constaram problemas no acondicionamento e falta de certificado de procedência do produto. Ele esclareceu o destino do produto e confirmou que a fiscalização continuará na cidade.

Bahia Recôncavo – Qual foi a intenção da Vigilância Sanitária, Ministério Público e ADAB em realizar essa fiscalização no mercado municipal no último sábado?

Luiz Gustavo – Na verdade foi uma ação provocada pela Promotoria e a Vigilância Sanitária ficou sabendo horas antes de acontecer. Foi uma ação sigilosa. Inclusive a ADAB foi de Feira de Santana. A intenção foi por questões de saúde pública. Encontramos carne oriundas de abate clandestino e com conservação inadequada. A recomendação do Ministério Público foi clara: carne fora da refrigeração e de abete clandestino tinham que ser apreendidas.

Bahia Recôncavo – Os comerciantes que perderam seus produtos tinham ciência que essa apreensão poderia acontecer?

Luiz Gustavo – Sim! Eles sabem que essas ações acontecem sempre e a promotora (Milena Rocha) foi bem clara porque ela vinha fazendo esse tipo de questionamento. Ela fez uma ação antes, avisou que iria no mercado, mas mesmo assim encontrou uma grande quantidade de carne de abate clandestino. Dessa vez ela foi sem avisar, mas já tinha explicado o que não podia.

Bahia Recôncavo – Em 2012 houve um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre Prefeitura de Cruz das Almas e Minsitério Público. Por que o problema não foi resolvido?

Luiz Gustavo – Houve. O problema é que a rede elétrica não oferece condições de trabalho. Você coloca qualquer equipamento e queima. Essa é uma reclamação dos comerciantes. A câmara frigorífica não funciona por causa desse problema. O TAC não foi cumprido. O secretário de Infraestrutura (Paulo Moraes) e a Vigilância Sanitária vão buscar condições para resolver esse problema (rede elétrica).

Bahia Recôncavo – A Vigilância Sanitária sabe onde ocorre esse abate clandestino que acaba fornecendo carnes ao mercado de Cruz das Almas?

Luiz Gustavo – Não! Mas essa fiscalização é uma função da ADAB. Nós recebemos algumas denúncias e repassamos à ADAB a informação. A Vigilância Sanitária é responsável pela carne na prateleira. Abate e transporte é com a ADAB.

Bahia Recôncavo – O Minsitério Público, a Vigilância Sanitária e a ADAB continuarão com as apreensões?

Luiz Gustavo – Sim! O Ministério Público tem interesse de fiscalizar, mas ainda não temos uma data. Nós (Vigilância Sanitária) não temos a intenção de prejudicar ninguém. Queremos firmar uma parceria com os comerciantes. Mas a população não pode consumir uma carne de má qualidade. Vamos fazer o trabalho educativo.

Bahia Recôncavo – A carne apreendida no sábado foi levada para onde?

Luiz Gustavo – Veio um caminhão de Alagoinhas, a carne foi inutilizada com produtos químicos e seria incinerada em outra cidade.

Bahia Recôncavo – Qual é o planejamento da Vigilância Sanitária para os barraqueiros que trabalharão durante o São João de Cruz das Almas?

Luiz Gustavo – Em parceria com o SEBRAE, pretendemos ministrar cursos para que no momento do evento não tenhamos que apreender nada. Não será permitido espetinhos decponta e material de vidro,por exemplo. Vamos orientar sobre tudo.

Entrevista e foto: Maurício Medeiros

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2 Comentários

  1. No Brasil, o que realmente conta na remuneração de um profissional é a responsabilidade; é possível perceber o alto status que possuem empresários, diretores, alguns engenheiros, políticos, médicos e advogados, fazendo com que o profissional da industria que muitas vezes tem o trabalho realmente difícil não ganhe a remuneração que mereça. Diferente de alguns países (geralmente asiáticos, coreia do sul, japão) que valorizam mais a dificuldade e o nível de raciocínio que as profissões exigem (é possível perceber que esses testes de QI da internet são da cultura deles).
    O Brasil é o país da arte, literatura, história e essas outras subáreas de humanas, áreas que o perfil profissional é totalmente contrário ao da indústria (física, matemática, lógica) e que remuneram muito bem em poucos empregos, embora não há emprego na área de humanas para todos esses apreciadores. Então essa gente vai trabalhar com o que não gosta, muita vezes o desgosto é tanto que larga a vida de trabalhador e inicia a vida de ladrão.
    Essa é a cultura que passa de geração em geração no Brasil: nada de exatas, viva a literatura e a história ( o que favorece o desemprego). Qual a empresa de carros brasileira? não há nenhuma empresa com engenharia tão avançada e pura aqui. Se houvesse mais amantes da área, haveria mais empregos e as pessoas gostariam mais de seu trabalho, e também tem a questão da exportação: humanas não tem produto; se fosse exatas a renda per capta seria maior e não haveria tanta gente nessa situação.

    Sei que saí um pouco do tema, mas gostaria de expressar minha opinião sobre o que tenho refletido seriamente nos últimos anos. A coreia do sul é o país com a maior renda per capta (cerca de 25 mil D$, segundo algumas leituras), então mesmo um pobre de lá não precisa mendigar (1/4 da população sul-coreana é formada em engenharia, segundo leituras).

    O Brasil precisa parar com a poesia e começão com a engenharia.

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